Solidão materna
As pessoas que não são mães têm dificuldade pra entender como uma mulher que não consegue ir nem ao banheiro sozinha pode dizer que se sente só. Então resolvi explicar.
Durante a gravidez a gente normalmente é super paparicada. O marido mima, as amigas todas do seu lado acompanhando cada chute prometendo serem as tias mais atenciosas do mundo, a família cuidando de você com afinco. Isso faz com que a mulher se sinta acolhida, sinta que está carregando a felicidade de todos a sua volta dentro da barriga e pense que é muito amada.
Mas daí o que era uma barriga vira um bebê. Um bebê que chora, que demanda cuidados, que requer mais atenção. E junto com o bebê nasce uma mãe ocupada, que já não é mais dona do seu tempo e que precisa colocar às necessidades do bebê acima das dela (isso significa ter que escolher melhor o lugar que vai, observar a temperatura, barulho, horário...)
Aos poucos as pessoas vão se afastando. As amigas já não aparecem mais e muito menos convidam pra sair (sempre que a gente chama você não vai...), os membros da família seguem suas vidas, o marido volta ao trabalho. E você fica com aquele pacotinho na mão como se fosse só seu.
Essa sensação de "abandono" é muito pior quando a mulher resolve ser mãe em tempo integral. Mesmo que seu companheiro seja participativo (a) ele nunca vai entender 100% como você se sente, afinal ele sai de casa pra trabalhar, vê gente, se distrai com suas tarefas. E quando volta pra casa você se sente até meio mal em só ter de assunto a quantidade de fraldas que teve que trocar durante o dia. O que pra ele é só um filme na Netflix com uma latinha de cerveja pra você é o evento da semana - afinal não é galinha pintadinha que tá passando na tv.
Você sente falta de ser mulher, adulta, amiga. Sente falta de falar bobagem com a mulherada, de tomar um vinho, de olhar vitrines. Sente falta de ter assuntos que não sejam sobre o bebê. E enquanto o mundo tá girando e cada um tá tocando suas vidas você tá "presa" em casa em meio a roupas pra lavar.
Se você tá grávida, não se desespere, não quero te assustar! Tem muita felicidade vindo por aí também, mil vezes mais do que toda essa tristeza que as vezes bate. E quando bater, não se sinta mal não, não quer dizer que você não ame seu filho. Só quer dizer que nenhum pré Natal do mundo prepara uma mulher para a mudança real que acontecerá em sua vida.
A boa notícia? Isso passa, tudo passa. Logo o bebê poderá te acompanhar a mais lugares e você voltará aos poucos pra sua vida de antes. Até lá, um conselho: chorar no banho alivia bastante. Dica da Tia 😉
(imagem: Baby Center)
Durante a gravidez a gente normalmente é super paparicada. O marido mima, as amigas todas do seu lado acompanhando cada chute prometendo serem as tias mais atenciosas do mundo, a família cuidando de você com afinco. Isso faz com que a mulher se sinta acolhida, sinta que está carregando a felicidade de todos a sua volta dentro da barriga e pense que é muito amada.
Mas daí o que era uma barriga vira um bebê. Um bebê que chora, que demanda cuidados, que requer mais atenção. E junto com o bebê nasce uma mãe ocupada, que já não é mais dona do seu tempo e que precisa colocar às necessidades do bebê acima das dela (isso significa ter que escolher melhor o lugar que vai, observar a temperatura, barulho, horário...)
Aos poucos as pessoas vão se afastando. As amigas já não aparecem mais e muito menos convidam pra sair (sempre que a gente chama você não vai...), os membros da família seguem suas vidas, o marido volta ao trabalho. E você fica com aquele pacotinho na mão como se fosse só seu.
Essa sensação de "abandono" é muito pior quando a mulher resolve ser mãe em tempo integral. Mesmo que seu companheiro seja participativo (a) ele nunca vai entender 100% como você se sente, afinal ele sai de casa pra trabalhar, vê gente, se distrai com suas tarefas. E quando volta pra casa você se sente até meio mal em só ter de assunto a quantidade de fraldas que teve que trocar durante o dia. O que pra ele é só um filme na Netflix com uma latinha de cerveja pra você é o evento da semana - afinal não é galinha pintadinha que tá passando na tv.
Você sente falta de ser mulher, adulta, amiga. Sente falta de falar bobagem com a mulherada, de tomar um vinho, de olhar vitrines. Sente falta de ter assuntos que não sejam sobre o bebê. E enquanto o mundo tá girando e cada um tá tocando suas vidas você tá "presa" em casa em meio a roupas pra lavar.
Se você tá grávida, não se desespere, não quero te assustar! Tem muita felicidade vindo por aí também, mil vezes mais do que toda essa tristeza que as vezes bate. E quando bater, não se sinta mal não, não quer dizer que você não ame seu filho. Só quer dizer que nenhum pré Natal do mundo prepara uma mulher para a mudança real que acontecerá em sua vida.
A boa notícia? Isso passa, tudo passa. Logo o bebê poderá te acompanhar a mais lugares e você voltará aos poucos pra sua vida de antes. Até lá, um conselho: chorar no banho alivia bastante. Dica da Tia 😉
(imagem: Baby Center)
Nossa, adorei seu texto! Acho maravilhoso que hoje em dia algumas pessoas compartilham essa visão mais verdadeira e menos romantizada da maternidade!! Tenho uma filha de 10 anos e hoje já estou na fase do final do texto, mas até chegar até aqui foram anos de um misto de tristeza e alegria, que mais ninguém entende, só quem passa por isso mesmo! Beijão!
ResponderExcluirÉ verdade, Tati, só quem passa entende. Não é nada facil, né? Obrigada por passar por aqui! Um beijão! :*
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